Este é um projeto de extensão da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e que tem como objetivo ajudar as mães e seus familiares a retirarem dúvidas através de ações educativas sobre temas relacionados a gestação, parto, pós-parto e cuidados com o recém-nascido.
A cesariana é uma forma de parto realizado por meio de uma cirurgia, na qual é realizada uma incisão no abdômen e outra no útero para se ter acesso ao bebê.
Indicações REAIS:
1) Prolapso de cordão;
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo;
3) Placenta prévia parcial ou total;
4) Apresentação córmica (situação transversa);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ATIVA no momento em que se inicia o trabalho de parto.
Riscos de uma cesariana
Infecção;
Potencial sangramento intenso;
Maior tempo de recuperação no pós-parto;
Maior probabilidade de complicações em outras gestações;
Atraso na amamentação e do contato pele a pele da mãe com o bebê.
A pobreza menstrual é um problema que afeta muitas pessoas no mundo, principalmente em países com desigualdades sociais e de gênero. O termo “pobreza menstrual” refere-se à falta de acesso a produtos de higiene menstrual, bem como a recursos, informações e educação sobre a menstruação. Dessa forma, a falta de recursos, infraestrutura e conhecimento para lidar com a menstruação pode levar ao uso de materiais inadequados, como pedaços de pano, miolo de pão, folhas de jornal e roupas velhas, aumentando o risco de problemas de saúde como alergias, candidíase e síndrome do choque tóxico.
Imagem 1 – Materiais inadequados utilizados durante o periodo da menstruação
Fonte: Cartilha – Saúde da mulher, UNIRIO, 2022
Além disso, a pobreza menstrual pode levar à diminuição da autoestima e autoconfiança, abandono escolar e outros problemas de saúde sexual e reprodutiva. Onde, as meninas muitas vezes perdem dias de escola por causa da menstruação, e a falta de acesso a produtos de higiene menstrual pode levar à falta de acesso a oportunidades educacionais. A falta de educação também pode limitar as oportunidades de trabalho e a independência financeira das mulheres. Para ajudar a combater esse problema, é importante falar abertamente sobre a menstruação e criar espaços para arrecadação de produtos de higiene menstrual em locais públicos.
Como por exemplo a criação de caixinhas solidarias que ficam disponíveis em banheiros e espaços públicos:
Imagem 2 – Caixinha solidaria
Fonte: Imagens do Google, 2023
Pobreza menstrual no Brasil:
A carência de produtos de higiene menstrual afeta cerca de 11,3 milhões de pessoas com poucos recursos no Brasil, que estão entre os 14 e os 45 anos de idade. A maioria delas não sabe que estão sofrendo de pobreza menstrual. Os dados são de um estudo da Johnson & Johnson Consumer Health em conjunto com os institutos Kyra e Mosaiclab, publicado pelo UOL Saúde.
O relatório da UNICEF também mostra como a pobreza menstrual afeta a vida diária e escolar das adolescentes que menstruam, entre 13 e 19 anos. O documento constata a falta de instalações básicas de higiene em casas e escolas. Cerca de 713 mil adolescentes não têm banheiro ou chuveiro em casa, e para 88,4% delas, não há banheiro compartilhado em sua propriedade. A pesquisa também revela que 900 mil jovens não têm acesso à rede de água e 6,5 milhões não têm conexão com a rede de esgoto.
A análise regional mostra que as regiões Norte e Nordeste apresentam mais problemas estruturais nas escolas, seguidas pelo Centro-Oeste, enquanto as regiões Sul e Sudeste aparecem em quarto e quinto lugar, respectivamente.
Diante da grandiosidade do problema que afeta milhões de mulheres (FILIPPE, Marina. 2022.) e suas consequências, é fundamental cobrar dos governantes a implementação de políticas públicas de saúde que identifiquem e atendam às necessidades das pessoas que não têm acesso a um ambiente adequado, água corrente, sabonete e/ou não podem comprar absorventes, protetores e coletores para o seu ciclo.
Em resumo, a pobreza menstrual é um problema que deve ser abordado com urgência e responsabilidade, por meio de ações governamentais e da conscientização da sociedade em geral. Todas as pessoas merecem ter acesso aos produtos de higiene menstrual e um ambiente adequado para lidar com a sua menstruação, sem prejuízos para a sua saúde e qualidade de vida.
Então, se puder, procure a instituição mais perto de você e doe. Pode ter certeza que um pacote de absorventes já fará a diferença na vida de alguém!!!
Uma alimentação saudável se inicia com a prática do aleitamento materno que até os 6 meses, de forma isolada, é capaz de nutrir de modo adequado a criança. A partir dos 6 meses de vida é necessário introduzir alimentos complementares ao aleitamento materno por 2 anos ou mais.
Aconselhamento em amamentação
É de suma importância orientar as mães sobre a relevância da alimentação do bebê ,até os 6 meses, com leite materno de forma exclusiva. A mãe também deve ser orientada sobre os sinais que indicam que o bebe está pronto para mamar ou não. Alguns sinais são:
Movimento dos olhos;
Movimento da cabeça;
Sinais de procura com a língua para fora;
Agitação dos braços;
Mãos na boca;
Choro ( não sendo preciso esperar o choro do bebê para alimentá-lo)
• A cabeça do bebê está no mesmo nível da mama da mãe e o queixo está tocando-a.
• A boca está bem aberta.
• O lábio inferior está virado para fora.
• As bochechas estão arredondadas (não encovadas) ou achatadas contra a mama.
• Vê-se pouco a aréola durante a mamada (mais a porção superior da aréola do que a inferior).
• A mama parece arredondada, não repuxada.
• As sucções são lentas e profundas: o bebê suga, dá uma pausa e suga novamente (sucção, deglutição e respiração).
• A mãe pode ouvir o bebê deglutindo.
• O corpo do bebê está totalmente voltado para o corpo da mãe (posição de barriga com barriga) e um dos braços está ao redor do corpo da mãe.
• A cabeça e o corpo do bebê estão alinhados.
• A mãe está sentada de forma confortável e relaxada.
• Não é necessário limpar os mamilos antes das mamadas. Banho diário e uso de um sutiã limpo são suficientes.
Benefícios do aleitamento materno
Benefícios para o bebê:
Diminuição da morbidade
Redução de hospitalizações
Redução de alergias
Redução da obesidade .
Diminuição do risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes
Melhor nutrição
Efeito positivo no desenvolvimento intelectual
Melhor desenvolvimento da cavidade bucal
O início precoce do aleitamento materno sem restrições diminui a perda de peso inicial do recém-nascido favorece a recuperação mais rápida do peso de nascimento promove uma “descida do leite” mais rápida, aumenta a duração do aleitamento materno;
Benefícios para a mãe:
• Involução uterina mais rápida e redução na hemorragia uterina pós-parto, devido à liberação de ocitocina;
• Perda mais rápida do peso acumulado na gestação;
• Auxílio no aumento do intervalo entre as gestações;
• Maior interação mãe-bebê;
• Benefício relativo aos aspectos econômicos, uma vez que o leite materno não tem custos;
• Praticidade, pois o leite materno está sempre pronto para ser consumido;
• Diminuição do risco de câncer de mama e ovário.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33).
A Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino é composto por dois grupos de órgãos: os internos e os externos.
Os órgãos externos são:
1. Monte do Púbis
O monte do púbis é uma região rica em tecido adiposo, localizada à frente da sínfise púbica.
2. Grandes Lábios e Pequenos Lábios
Os grandes lábios são pregas cutâneas que protegem a entrada da uretra, o clitóris e a vagina. Os pequenos lábios circundam a entrada da vagina, também como fator de proteção.
3. Clitóris
O clitóris é um órgão erétil com grande quantidade de terminações nervosas sensitivas que atuam exclusivamente na estimulação sexual.
LEMBRETE IMPORTANTE: Lembre-se que cada uma de nós somos únicas e todas as vulvas, que é a parte externa do aparelho genital feminino, são lindas, assim como a vagina, que é a parte interna do aparelho reprodutor feminino! Se olhe no espelho e conheça o seu corpo. Seja gentil e respeitosa com você mesma.
Os órgãos internos são:
Ovários
Os ovários são órgãos pares, têm-se o ovário direito e o esquerdo. Dentro deles são originados os oócitos, que são os gametas, ou as células germinativas femininas. Além disso, os ovários exercem a função endócrina de produzir hormônios sexuais.
Útero
O útero é um órgão oco para onde o embrião é levado para se desenvolver. Ele é formado por 3 camadas concêntricas: o endométrio (mais internamente), o miométrio (camada média) e o perimétrio (camada mais externa).
O endométrio é a camada que se desfaz em forma de menstruação, caso não fique grávida.
Tubas Uterinas
As tubas uterinas também são órgãos pares que ligam os ovários ao útero, conduzindo os oócitos liberados pelo ovário para o interior da cavidade uterina. É na tuba uterina onde ocorre a fertilização.
Vagina
A vagina é um canal muscular que liga o colo do útero a superfície externa, através orifício da vagina.
Diferenciação durante o período fetal
Durante o período fetal, entre a 6ª e 8ª semana de gestação, ocorre a diferenciação sexual do embrião, de acordo com o sexo cromossômico. Nesse momento, inicia-se a diferenciação da gônada primordial em ovário. É nesse ovário que vai ocorrer a produção folicular.
Como supracitado, a produção folicular da mulher se inicia ainda no período intrauterino. A superfície externa dos ovários é formada por células germinativas, que dão origem às ovogônias. Essas células se dividem através de meiose e interrompem o processo de divisão celular na primeira fase da meiose, originando os ovócitos primários.
Então, cada ovócito primário é circundado por células foliculares (células da granulosa), gerando um folículo, denominado folículo primordial. Nesse momento, a maturação folicular é cessada até a puberdade.
Por volta do 6º mês de vida intrauterina, os ovários contêm cerca de 7 bilhões de folículos. A partir desde ponto, muitos folículos sofrem atresia. Ao atingir a menarca, a mulher tem cerca de 300.000 folículos.
Durante a puberdade, o hipotálamo inicia gradualmente a liberação do GnRH, que estimula a hipófise a secretar de hormônios gonadotróficos: LH e FSH. Esses hormônios estimulam os ovários a produzir os hormônios sexuais femininos, levando a menarca, a primeira menstruação de uma mulher, que marca o início de sua vida reprodutiva.
A menarca pode ocorrer entre 9 e 16 anos, com idade média, no Brasil, de 12 anos e 4 meses. Os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares e podem permanecer assim por até 2 ou 3 anos.
Chamamos de menacme o período fértil da mulher. Este intervalo de tempo ocorre entre a menarca e a menopausa. Durante o menacme acontecem os ciclos sexuais mensais femininos ou ciclos menstruais. A duração média do ciclo menstrual é de 28 dias, variando entre 25 e 35 dias. Nesse período de 28 dias, existem 2 diferentes ciclos que ocorrem ao mesmo tempo: o ciclo ovariano e o ciclo endometrial.
ATENÇÃO! O primeiro dia de menstruação é o primeiro dia do ciclo menstrual mensal feminino.
O Climatério
O Climatério é o período no qual há uma diminuição dos hormônios femininos a quase zero até ocorrer a última menstruação que chamamos de menopausa e assim o ciclo menstrual é cessado. Isso ocorre entre 40 e 50 anos, devido ao esgotamento ovariano.
A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
O que é o câncer de mama?
De acordo com o INCA (2022) o câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente, e outros, não. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.
É uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. É o câncer que mais causa mortes em mulheres e é importante alertar que os homens também podem ter câncer de mama.
Quais são as causas?
É multicausal, pois diversos fatores estão relacionados ao câncer de mama. O risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, sendo maior a partir dos 50 anos
Fatores de risco:
Comportamentais/ambientais
• Obesidade e sobrepeso após a menopausa.
• Sedentarismo (não fazer exercícios).
• Consumo de bebida alcoólica.
• Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia).
História reprodutiva/hormonais
• Primeira menstruação antes dos 12 anos;
• Não ter tido filhos;
• Primeira gravidez após os 30 anos;
• Não ter amamentado;
• Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
• Ter feito uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) por tempo prolongado;
• Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos.
Hereditários/genéticos
• História familiar de:
» Câncer de ovário;
» Câncer de mama em homens;
» Câncer de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos.
A mulher que possui alterações genéticas herdadas na família, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2, tem risco elevado de câncer de mama. Apenas 5 a 10 % dos casos da doença estão relacionados a esses fatores.
A presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá, necessariamente, a doença.
Sinais e Sintomas
• Caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor. É a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% dos casos.
• Alterações no bico do peito (mamilo);
• Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
• Saída espontânea de líquido de um dos mamilos;
• Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
Qualquer caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado! Em mulheres mais jovens, qualquer caroço deve ser investigado se persistir por mais de um ciclo menstrual.
Prevenção
Segundo o INCA (2022) manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas ajudam a reduzir o risco de câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.
Conheça o seu corpo: Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Olhe, palpe e sinta suas mamas no dia a dia para reconhecer suas variações naturais e identificar as alterações suspeitas. Em caso de alterações persistentes, procure o Posto de Saúde. Realizar o exame de mamografia é recomendado que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia a cada dois anos. A mamografia para avaliar uma alteração suspeita na mama é chamada de mamografia diagnóstica e poderá ser feita em qualquer idade quando há indicação médica.
Mamografia
A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a mulher a alguns riscos.
• Encontrar um câncer no início e ter um tratamento menos agressivo;
• Menor chance de morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce.
Riscos
• Resultados incorretos:
» Suspeita de câncer de mama, que requer outros exames, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso (resultado falso-positivo) gera ansiedade e estresse.
» Câncer existente, mas resultado normal (resultado falso-negativo). Esse erro gera falsa segurança à mulher.
• Ser diagnosticada e tratada, com cirurgia (retirada parcial ou total da mama), quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida. Isso ocorre em virtude do crescimento lento de certos tipos de câncer de mama. Exposição aos raios X (raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais frequente é a exposição).
A mamografia de rastreamento é indicada para mulheres com menos de 50 anos?
Não, pois antes dos 50 anos as mamas são mais densas e com menos gordura, o que limita o exame e gera muitos resultados incorretos.
No caso de mulheres com 70 anos ou mais?
Nesta faixa etária é maior o risco de o exame revelar um tipo de câncer de mama que não causaria danos à mulher.
Um gesto de amor próprio, cuide-se!
Referências: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Câncer de mama: vamos falar sobre isso? Rio de Janeiro: INCA, 2022. (Coordenação de Prevenção e Vigilância Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede – 7. Ed). Disponível em: (http://controlecancer.bvs.br/) e no Portal do INCA (http://www.gov.br/inca). Acesso em: 11 out. 2022.
Normalmente, de 10-13 anos é iniciada a puberdade, e é nesse período que o corpo da mulher começa a passar por mudanças físicas e mentais, quando ocorre o famoso estirão e acontece o desenvolvimento do sistema reprodutor. É nesta fase da vida que a mulher tem a sua primeira menstruação (menarca), e a partir desse momento ela deve menstruar todo mês até chegar à menopausa, que ocorre, geralmente, entre os 45-55 anos.
Mas o que é a menstruação?
A menstruação é a descamação do endométrio que ocorre quando não há fecundação. Mas o sangramento da menstruação representa apenas uma parte da primeira fase do ciclo menstrual, que dura de 21 a 35 dias. Para saber quantos dias exatos tem o seu ciclo, basta contar desde o primeiro dia de sangramento menstrual até o dia anterior à próxima menstruação. O fluxo menstrual normalmente dura de 3 a 7 dias.
Durante o ciclo menstrual, a variação nos níveis de estrogênio e progesterona provoca alterações no endométrio, preparando o corpo para uma possível gestação. Como existem receptores hormonais em outros órgãos, esse processo pode causar diversos sintomas a depender da fase do ciclo.
Fases do ciclo menstrual:
● Fase folicular (antes da liberação do óvulo):
Segundo Varella (2018) a fase folicular começa no primeiro dia de sangramento menstrual. No início dessa fase, a concentração de estrogênio e progesterona é baixa, o que leva à produção do hormônio foliculoestimulante (FSH), que age estimulando o desenvolvimento de folículos nos ovários. Os folículos são as estruturas que contêm os óvulos. Nesse período, em que a mulher está menstruada, é comum o surgimento de sintomas como cólicas menstruais, dor de cabeça, fadiga, aumento da frequência de urinar, dor ou sensação de peso na parte inferior do abdômen e na região lombar.
Posteriormente, os folículos começam a aumentar a produção de estrogênio, que chega a seu nível máximo antes da ovulação. O estrogênio estimula a produção de um muco transparente nas glândulas do colo do útero, facilitando a passagem de espermatozóides para a cavidade uterina. A vagina fica mais úmida, de forma que a presença do muco se torna perceptível pela mulher. O estrogênio também faz a espessura do endométrio aumentar, o que cria um ambiente favorável à implantação e nutrição do embrião.
A fase folicular dura em torno de 14 dias, terminando com o aumento drástico do hormônio luteinizante (LH), o que dá início à próxima fase: a ovulação.
● Fase ovulatória (liberação do óvulo):
De acordo com Varella (2018)A ovulação começa a partir do aumento súbito do hormônio luteinizante. Esse hormônio estimula o rompimento do folículo ovariano para que o óvulo seja liberado. Essa fase é muito curta, mas o período fértil é mais longo, já que os espermatozoides podem ficar viáveis por dias no trato genital da mulher e o óvulo tem uma vida média de 24 horas. Em geral, considera-se período fértil cerca de três dias antes até três dias depois da ovulação. A fase ovulatória termina após o óvulo ser liberado.
● Fase lútea (após a liberação do óvulo):
Para o autor Varella (2018) depois da ovulação, começa a fase lútea. O folículo rompido forma um tecido chamado de corpo lúteo que, além de estrogênio, produz maior quantidade de progesterona. A progesterona é responsável por provocar modificações no endométrio que favorecem a manutenção de uma possível gravidez até a placenta se desenvolver. Quando a gestação não acontece, o corpo lúteo regride, interrompe a produção de hormônios e é absorvido. Os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e o endométrio, que não consegue mais se manter, se descama, dando início à menstruação.
No final desse período, ocorre a tensão pré-menstrual (TPM) em muitas mulheres. A TPM pode causar uma série de sintomas desagradáveis, como dores e inchaço nas mamas e no abdômen, dores de cabeça e nas pernas e cansaço, além de sintomas psicológicos, como irritabilidade, ansiedade e tristeza. Podem ocorrer ainda alterações no sono e no apetite e desejos por alimentos específicos. Os sinais da TPM surgem na fase lútea e duram, no máximo, até o 4º dia da menstruação (já na fase folicular).
Referências:
ANDRADE, S. S. C. et al. Prevenção de vulvovaginite: utilizando as falas das mulheres para elaboração de orientações em saúde. Revista de Enfermagem, UFPE. on line. 2012 Feb;6(2):339-45.
BRÁS, Luma de Jesus; TREVISAN, Priscila Freitas. Saúde íntima feminina e sensualidade nas lingeries. 2016. 153 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) — Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Apucarana, 2016. Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5856. Acesso em: 06 nov. 2021.[la2]
Olá! Nessa postagem vamos falar sobre a alimentação da mãe que amamenta, a nutriz.
Durante o período da amamentação é comum que haja um aumento do apetite e da sede da mulher, além de mudanças nas preferências alimentares. Isso acontece porque para a produção do leite, é necessária a ingestão de calorias e de líquidos além do habitual. Acredita-se que um consumo extra de 500 calorias por dia seja o suficiente, pois a maioria das mulheres armazena, durante a gravidez, de 2kg a 4kg para serem usados na lactação.
Fonte: unicef.org
A dieta da nutriz não precisa ser rigorosa ou muito restrita, mas as recomendações para uma alimentação adequada durante a lactação incluem os seguintes itens:
Consumir dieta variada, incluindo pães e cereais, frutas, legumes, verduras derivados do leite e carnes;
Consumir três ou mais porções de derivados do leite por dia;
Esforçar-se para consumir frutas e vegetais ricos em vitamina A;
Certificar-se de que a sede está sendo saciada;
Não realizar dietas que promovam rápida perda de peso (mais de 500g por semana);
Consumir com moderação café e outros produtos cafeinados, pois podem causar irritabilidade no lactente e prejudicar o sono da mulher nutriz. O período de descanso noturno é essencial para produção do leite, pois é a noite, durante o repouso, que se produz a maior quantidade de prolactina.
Fonte: istock.com / CharlieAJA
A alimentação ideal de uma nutriz pode não ser acessível para muitas mulheres de famílias com baixa renda, o que pode desestimulá-las a amamentar seus filhos. Por isso, a orientação alimentar de cada nutriz deve ser feita levando-se em consideração, além das preferências e dos hábitos culturais, a acessibilidade aos alimentos.
É importante lembrar que as mulheres produzem leite de boa qualidade mesmo consumindo dietas subótimas, ou seja, que são adequadas, mas ainda não atingem a excelência.
Pensando ainda em diferentes cenários e realidades, é preciso estar atento para o risco de hipovitaminose B em crianças amamentadas por mães que possuem restrições alimentares ou que por opção decidem retirar a carne da sua dieta alimentar sem um acompanhamento nutricional, haja vista que essa vitamina não é encontrada em vegetais. É importante também certificar-se de que as nutrizes estão ingerindo quantidade suficiente de proteínas.
Fonte: maesdepeito.com.br
Como regra geral, as mulheres que amamentam não necessitam evitar determinados alimentos. Entretanto, se elas perceberem algum efeito na criança de algum componente de sua dieta, pode-se indicar a prova terapêutica: retirar o alimento da dieta por algum tempo e reintroduzi-lo, observando atentamente a reação da criança. Caso os sinais e/ou sintomas da criança melhorem substancialmente com a retirada do alimento e piorem com a sua reintrodução, ele deve ser evitado. O leite de vaca é um dos principais alimentos implicados no desenvolvimento de alergias alimentares.
Fonte: revistacrescer.globo.com
Benefícios da boa nutrição da nutriz
A mãe bem nutrida tem menor propensão ao cansaço e maior estabilidade emocional, apresentando, portanto, melhores condições físicas e psicológicas para amamentar. Sua nutrição deve ser equilibrada e variada, sem que cause ansiedade com uma série de recomendações dietéticas, levando em conta as condições econômicas, ambientais e nutricionais da mãe.
Desvendando alguns mitos
1- A mulher precisa beber líquidos em excesso; MITO, deve-se consumir a quantidade adequada de líquidos conforme a necessidade da mulher.
2- A alimentação precisa ser muito restrita; MITO, alguns cuidados precisam ser tomados para melhor disposição materna e saúde do bebê, mas não é preciso fazer nenhuma dieta mirabolante.
3- É importante comer muita canjica e tomar cerveja preta para aumentar a produção de leite; MITO, não há evidências científicas de que canjica aumenta produção de leite. Além disso, deve-se ter cuidado com a ingestão em excesso devido a quantidade de açúcar. A cerveja também é um MITO, não se deve ingerir álcool durante a amamentação.
4- Não pode tomar café nem refrigerante durante todo período de amamentação. MITO,não há contraindicação do consumo dessas bebidas, mas devem ser evitadas.
Qual desses mitos sobre a alimentação da nutriz você já ouviu falar?
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 184 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica ; n. 23).
Texto produzido pelas Acadêmicas de Enfermagem Beatriz Mayumi Maiani Okuno e Natália de Araújo e Silva e Profª Drª Cristiane Rodrigues da Rocha.
Olá! Nesta postagem iremos falar sobre bicos e chupetas e a relação deles com a amamentação!
Como já vimos em postagens anteriores, o aleitamento materno tem muitos benefícios, tanto para mãe, quanto para o bebê. É recomendado que seja exclusivo até os seis meses de idade e complementado até dois anos.
Bico é o objeto usado para auxiliar na alimentação da criança por meio de sucção, como na mamadeira. A chupeta é semelhante ao bico, mas não é usada para alimentação e sim para acalmar a criança. Ambos simulam o mamilo e estimulam a sucção do bebê, porém, são contra indicados. Vejamos o porquê:
O uso de bicos e chupetas pode gerar uma “confusão de bicos”. A dinâmica para mamar no peito é diferente daquela que usa o bico da mamadeira. Isso ocorre porque o bico oferece grande fluxo de leite logo na primeira sucção, já a mama, exige mais sucções para que o fluxo aumente devido ao tempo de ação dos hormônios maternos. Então, como o bico da mamadeira exige menor esforço do bebê, ele desacostuma e começa a perder o interesse pela mama, não conseguindo completar uma mamada.
Já o uso de chupeta diminui a frequência das mamadas, porque o bebê tem a sua necessidade de sucção suprida por um objeto e não pela mama. Por sua vez, a redução das mamadas pode gerar diminuição da produção de leite. Por isso, bicos e chupetas dificultam o processo de amamentação e podem causar desmame precoce.
Além disso, o uso de bicos e chupetas altera o desenvolvimento da cavidade bucal, podendo provocar problemas respiratórios, desalinhamento dos dentes e má oclusão dentária (mordida incorreta). Também estão associados a maior incidência de candidíase oral (sapinho) por má higiene do objeto.
É importante lembrar que o aleitamento materno não possui custo e é sustentável, ao contrário dos bicos e chupetas, que precisam ser comprados, requerem cuidados com higienização antes e após cada uso e possuem materiais sintéticos em sua composição, o que não é bom para o meio ambiente. Além do que, existem alternativas para alimentar o bebê quando a mãe necessita trabalhar ou mesmo relaxar por algumas horas indo ao cinema, a academia ou ao salão de beleza, por exemplo. O leite pode ser ordenhado, armazenado e ofertado no copinho ou colher (veja a postagem sobre “Armazenamento de Leite e Retorno ao Trabalho”).
Também temos outras maneiras de acalmar o bebê, como pode ser visto nas postagens “Banho de Ofurô” e “Como Acalmar o Bebê pela Organização da Postura”.
IBFAN Brasil. NBCAL. Disponível em: <NBCAL – IBFAN Brasil>. Acesso em: 29 de agosto de 2021.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica nº 23 – Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Olá! Nesta postagem vamos falar sobre os machucados e inflamações nos seios durante a amamentação!
Passamos pelo Agosto Dourado – mês da luta e do incentivo à amamentação, mas a nossa luta nesse campo é diária e permanente. Quando pensamos em amamentação, são muitos os tópicos importantes. Hoje vamos falar sobre uma das principais causas do desmame precoce: os machucados e inflamações nas mamas.
A amamentação deve ser um momento de prazer e conexão entre mãe e bebê, e é quando superamos os obstáculos iniciais. Tanto a mãe, quanto o bebê são muito beneficiados por essa rotina de aleitamento, porém, é muito comum ouvirmos falar de mães que tiveram problemas para amamentar.
Amamentar não é fácil e exige informação, relaxamento, estímulo para produção de leite, alimentação, hidratação, descanso, posição e pega corretas e rede de apoio.
Dentre as queixas mais comuns, estão as fissuras nos seios (machucados), mastite ou ingurgitamento mamário (conhecido como “leite empedrado”), que provocam inflamação (associada, ou não, a infecção) e muita dor.
Fissuras: pequenos machucados que podem ocorrer pela posição e pega incorretas, “língua presa” do bebê, mamilos muito sensíveis e a pele mais fina. São dolorosas e podem infeccionar e sangrar. Se detectadas no início, o próprio leite materno pode servir como hidratante e cicatrizante, sendo passado na fissura após a mamada. É importante estar sempre com as mãos bem limpas para não contaminar a mama antes de passar o próprio leite na fissura.
Ingurgitamento mamário: pode ocorrer pela produção excessiva de leite, longo período entre mamadas ou obstrução dos ductos mamários. O leite acumulado na mama forma nódulos doloridos e bem desconfortáveis. Em casos mais simples, pode ser resolvido com massagem e ordenha manual. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicações para amenizar a inflamação.
Mastite: inflamação da mama, acompanhada ou não por infecção. Pode ser decorrente do acúmulo de leite, fissuras ou outras lesões. Sua aparência é de uma mama inchada, vermelhidão na pele e aumento da temperatura local e muita dor. É necessária avaliação médica e uso de medicação.
Dicas para evitar machucados nos seios:
– Não prepare seu seio durante a gestação! Não aconselhamos o uso de conchas de plástico, ou cremes nos mamilos. Também não se deve esfregar bucha no local.
A preparação para a amamentação deve ser da mulher e sua família e deve ser baseada em planejamento, rede de apoio e informações técnicas.
– Evite tecidos sintéticos e muitas camadas de roupa. Mantenha o seio arejado e seco. Isso evita o aumento da umidade e a proliferação de fungos.
– Tome banho de sol nos seios antes das 10h ou depois das 16h, por 20 minutos, diariamente.
Não durma de bruços, pressionando os seios.
Não utilize sutiã apertado.
– Observe se seu bebê está em uma posição adequada, fazendo a pega correta. Sempre vale lembrar: boca bem aberta, pegando a maior parte possível da aréola dentro da boca do bebê (corresponde mais ou menos 2cm acima do mamilo), queixo encostado no seio, nariz livre para respirar, lábios virados para fora.
– Caso perceba o seio muito cheio antes da mamada, faça uma ordenha manual para aliviar um pouco a turgidez e tornar a o seio mais flexível para que o bebê pegue corretamente na aréola.
– Evite o uso de chupetas e mamadeiras, que podem causar confusão de fluxo ou de bico e dificultar a pega do seio pelo bebê. Caso seja necessário utilizar algum instrumento para oferecer o leite ordenhado, dê preferência para copinhos e colheres. Lembre-se também que o leite só será produzido pelo estímulo da sucção do bebê no mamilo, pela hidratação e alimentação, pelo relaxamento e pelo descanso quando o bebê dorme. Sem estímulo, a produção diminui.
– Ao menor sinal de dor ou desconforto, procure um profissional de saúde habilitado em consultoria para amamentação ou um banco de leite.
Qualquer dúvida sobre este ou outro tema nos escreva!
Olá! Nesta postagem iremos falar sobre a pega e a posição corretas para amamentar o seu bebê!
O leite materno é a melhor opção nutricional para o bebê, como já aprendemos na leitura das nossas postagens anteriores. No entanto, a amamentação depende da escolha da mulher e seu desejo deve ser respeitado. Para aquelas mães que decidem amamentar seus bebês, é importante estarem atentas à posição de seu corpo e do bebê durante a mamada, assim como a forma e o local do mamilo em que o bebê pega.
A pega (local e a forma com que o bebê abocanha) e a posição (postura do corpo) durante a mamada são fatores importantes para que o bebê consiga se alimentar eficientemente, ao invés de ficar muito tempo na mama sem conseguir sugar quantidade suficiente de leite.
A posição da mulher deve ser confortável. Deve estar apoiada e relaxada, com roupas que não limitem seus movimentos e que possibilitem a exposição completa da mama. O bebê também deve estar com roupas confortáveis que deixem seus braços livres. A mulher deve apoiar a mama com a mão em forma de C. Importante não fazer o formato de tesoura.
Repare que na figura acima, o formato em C possibilita a ofertada mama enquanto, o formato em tesoura, afasta a mama. Além disso o formato em tesoura pode prender o fluxo de leite e inflamar a mama.
Existem diversas posições para amamentação, cabe à mulher e ao bebê descobrirem juntos qual é a mais confortável para os dois. No entanto, em qualquer posição, é preciso garantir que o rosto do bebê esteja de frente para a mama, com o nariz na altura do mamilo e a cabeça alinhada ao corpo. O bebê deve estar bem juntinho da mãe. Veja os exemplos na figura a seguir:
Quanto à pega, deve-se estimular os lábios do bebê encostando o próprio mamilo e esperar que ele abra completamente a boca e coloque a língua para baixo. É nesse momento que a mulher deve levá-lo até a mama para que ele abocanhe não só o mamilo, mas a maior área possível da aréola (parte escura atrás do mamilo). A pega correta ocorre quando é possível observar a maior região da aréola acima da boca do bebê e não abaixo. Os lábios ficam voltados para fora (lembra um peixinho), as bochechas ficam bem arredondadas, o queixo encostado na mama e o nariz livre para não interromper a respiração do bebê. Atenção, bochechas encovadas, mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada, ruídos durante a amamentação ou dor, são indicativos de que a pega e/ou a posição não estão corretas.
A pega e a posição corretas durante a amamentação são algumas das condições que garantem a boa alimentação e ganho de peso do bebê, além de evitarem fissuras ou machucados nos mamilos. Em situações em que a mama esteja muito cheia de leite e o bebê não consiga fazer a pega, é recomendado ordenhar um pouco do leite para que o mamilo fique mais maleável e o bebê possa abocanhar no local correto.
Qualquer dúvida sobre este ou outro tema, nos escreva!
Referências bibliográficas:
· Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica nº 23 – Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.